"Meu ensino, se essa é a palavra que você quer usar, não tem copyrights. Você é livre para reproduzir, distribuir, interpretar como quiser, distorcer, fazer o que você quiser, mesmo alegar autoria, sem meu consentimento ou permissão de ninguém." U.G.
Para os chamados buscadores de Deus, Felicidade ou Iluminação, este livro tem muito pouco que o recomende. Mas, para aqueles que se cansaram da busca e desenvolveram um ceticismo equilibrado, este pequeno volume pode ter valor inestimável.
Esta é a história de um homem que teve tudo - consideração, riqueza, cultura, fama, viagens, carreira - e desistiu de tudo para encontrar por si mesmo a resposta à uma questão que o queimava por dentro: "há realmente algo como liberdade, iluminação ou liberação atrás de todas as abstrações que as religiões nos deram?"
Ele nunca encontrou uma resposta. Não há respostas a questões como essa.
U.G. encaixou a filosofia em um molde inteiramente novo. Para ele, a filosofia não é nem o amor à sabedoria nem a evitação do erro, mas o desaparecimento de todas as questões filosóficas.
Diz U.G.: "Quando todas as questões se resolvem a apenas uma, a sua questão, então essa questão precisa detonar, explodir e desaparecer inteiramente, deixando atrás apenas um organismo biológico funcionando suavemente, livre da distorção e interferência da estrutura separativa do pensamento."
A mensagem de U.G. é chocante:
"Estamos todos no trem errado, na trilha errada, indo na direção errada."
Quando chegar a hora de encarar a catástrofe da presente crise do homem, você encontrará U.G. no primeiro lugar da fila, pronto e capaz de demolir os nossos pressupostos tão cuidadosamente construídos, para nós tão queridos e consoladores.
Uma amostra de U.G.:
"Fazer amor é guerra; causa-efeito é o lema de mentes confusas; yoga e dietas saudáveis (yoga and health foods) destroem o corpo; o corpo é imortal, e não o espírito; não há comunismo na Rússia nem liberdade na América, e nenhuma espiritualidade na India; serviço humanitário é um total cultivo do ego; Jesus foi outro judeu equivocado, e o Buda foi um excêntrico; mútuo terror, não amor, salvará a humanidade; ir à igreja ou ir ao bar para um drink são idênticos; não há nada dentro de você exceto medo; comunicação é impossível entre seres humanos; Deus, Amor, Felicidade, o inconsciente, morte, reencarnação e alma são invenções de nossa rica imaginação; Freud é a fraude do século 20, enquanto J. Krishnamurti é sua maior impostura."
A boa vontade desse homem sem medo para desprezar todo o conhecimento acumulado e a sabedoria do passado é nada menos que estupenda. Neste particular ele é um colosso, uma espécie de "Shiva" andante e falante, pronto para destruir tudo de modo que a vida possa mover-se com novo vigor e liberdade.
Seu cruel e incessante ataque às nossas mais queridas idéias e instituições atinge não menos do que uma insurreição na consciência; uma superestrutura corrupta, podre em seu núcleo, é colocada à parte sem a menor cerimônia, e nada é colocado em seu lugar.
Demonstrando grande prazer no ato da completa destruição, U.G. não oferece nada a seus ouvintes, ao contrário, retira deles tudo que eles acumularam laboriosa e inconscientemente. Se o velho deve morrer para que surja o novo, então U.G. é, certamente, o arauto de um novo começo para o homem.
A sociedade que, como apontou Aldous Huxley, é organizada em total desamor, não pode possuir qualquer lugar para um homem livre como U.G. Krishnamurti.
Ele não cabe em qualquer estrutura social, espiritual ou secular conhecida. A sociedade utiliza seus membros para assegurar sua própria continuidade, sentindo-se ameaçada por U.G., um desestabilizador convicto que não tem nada a proteger, nenhum seguidor para satisfazer, nenhum interesse em respeitabilidade, e que fala as verdades mais duras de se ouvir, não importando quais forem as conseqüências.
U.G. é um homem "acabado". Nele não há qualquer busca, e portanto nenhum destino. Sua vida agora consiste de uma série de eventos desconexos. Não há nenhum centro em sua vida, ninguém "conduzindo" sua vida, nenhuma sombra interior, nenhum "fantasma na máquina". O que existe é uma máquina biológica altamente inteligente e sensível, funcionando suavemente; você procura em vão pela evidência de um self, psique ou ego. Há apenas o simples funcionamento de um organismo sensível.
É uma pequena maravilha que um tal homem "acabado" possa descartar o banal, os lugares-comuns da ciência, religião, política e filosofia, indo diretamente no núcleo dos assuntos, apresentando seu caso de maneira simples, sem medo, vigorosa e sem corroboração, (and without corroboration) a qualquer um que queira ouvir.
O sujeito desta obra, Mr. Uppaluri Gopala Krishnamurti, nasceu em 9 de julho de 1918, na aldeia de Masulipatam, no sul da India, filho de um casal de classe média da casta Brâmane.
Até onde sabemos, não houve qualquer evento excepcional cercando seu nascimento, celestial ou de outro tipo. Sua mãe morreu de febre puerperal sete dias após dar á luz seu primeiro e único filho. Em seu leito de morte, ela implorou à avó materna do menino que tomasse cuidado especial dele, acrescentando que tinha certeza de que ele teria um grande e importante destino pela frente.
Seu avô materno tomou esssa predição muito seriamente, e prometeu dar ao menino todos os benefícios de um abastado "príncipe" brâmane. Seu pai casou-se de novo, deixando U.G. aos cuidados dos avós.
Seu avô era um ardente Teosofista e conheceu J. Krishnamurti, Annie Besant, Cel. Alcott, e os outros líderes da Sociedade Teosófica. U.G. encontrou todas essas pessoas em sua juventude e teve a maior parte de sua formação em volta de Adyar, o quartel-general da Sociedade Teosófica em Madras, na Índia.
Ali havia infindáveis discussões sobre filosofia, religiões comparadas, ocultismo e metafísica. Cada parede da casa era coberta com quadros de famosos líderes Hindus e Teosóficos, especialmente Jiddu Krishnamurti.
A infância de U.G. foi pautada pelo saber religioso, discurso filosófico e a influência espiritual de vários personagens, tudo isso interessando profundamente o menino.
Seu avô levou-o por toda a Índia a visitar lugares sagrados, ashramas, retiros e centros de ensino religioso. Ele passou diversos verões no Himalaya, estudando yoga clássica com um famoso adepto, Swami Sivananda.
Foi nesses verdes anos de sua vida que U.G. começou a sentir que "algo estava errado em algum lugar", referindo-se a toda a tradição religiosa em que ele tinha sido imerso quase desde seu nascimento. Ele presenciou certos fatos que o decepcionaram, e começou a questionar a autoridade dos outros sobre ele. Então, ele desistiu da prática da yoga, e foi desenvolvendo um sadio ceticismo sobre tudo o que era considerado como espiritual em sua adolescência.
Rompendo com as tradições bramânicas, ele arrancou de seu corpo as vestes sagradas, símbolo da herança religiosa, e tornou-se um jovem cínico, rejeitando as convenções espirituais de sua cultura e questionando tudo para si mesmo. Ele mostrava cada vez menos respeito pelas instituições e costumes religiosos considerados tão importantes por sua família e pela comunidade, e um crescente desdém pela herança religiosa.
Com vinte e um anos, U.G. tinha se tornado um estudante secular quase ateu, estudando filosofia e psicologia ocidental na Universidade de Madras. A essa altura, ele foi convidado por uma amigo para ir com ele visitar o famoso "Sábio de Arunachala", em seu ashram em Tiruvannamalai, não muito longe do sul de Madras.
No ano de 1939, U.G., relutantemente, aceitou o convite. Por essa época, ele estava convencido de que todos os homens sagrados eram impostores. Mas, para sua surpresa, Ramana Maharshi era diferente.
O Bhagavan, um homem sereno, da maior sabedoria e integridade, não poderia causar uma impressão mais forte no jovem U.G. Ele raramente falava àqueles que dele se aproximavam com questões.
U.G. aproximou-se do mestre apreensivamente, fazendo-lhe três perguntas:
"Existe algo como iluminação"?, perguntou U.G.
"Sim, existe", respondeu o mestre.
"Existe nela quaisquer tipos de níveis?"
O Bhagavan respondeu:
"Não, não há níveis. É uma coisa só. Ou você está ali ou não está absolutamente."
Finalmente, U.G. perguntou:
"Essa coisa chamada iluminação, você pode me dar?"
Olhando o sério jovem bem nos olhos, ele respondeu:
"Sim, eu posso lhe dar, mas você pode pegar?"
Daí em diante, U.G. ficou obcecado por essa resposta e implacavelmente perguntava a si mesmo: "O que é isso que eu não posso pegar?". Ele resolveu então que, "haveria de pegar" o que quer fosse aquilo sobre o que Maharshi estava falando.
Mais tarde ele disse que esse encontro mudou o curso de sua vida e "recolocou-o nos trilhos". Ele nunca mais visitou o Bhagavan novamente. Ramana Maharshi morreu in 1951, de câncer, e é considerado um dos maiores sábios que a Índia jamais produziu.
Pelos seus 20 anos, o sexo começou a ser um problema para U.G. Embora intermitentemente prometendo privar-se de sexo e casamento em consideração a uma vida de celibato religioso, ele pensava eventualmente que sexo era um impulso natural, que não era sábio suprimí-lo, e que, de qualquer modo, a sociedade tinha providenciado instituições legítimas para preencher esse anseio.
Ele escolheu como sua noiva uma das três belas jovens de origem Brâmane que sua avó havia selecionado para ele, como possíveis companheiras adequadas. Mais tarde ele foi levado a dizer, "Eu acordei na manhã seguinte ao meu casamento e soube sem dúvida que havia cometido o maior erro de minha vida".
Ele permaneceu casado por dezessete anos, cuidando de quatro filhos. Desde o começo ele quis separar-se, mas os filhos foram chegando e o casamento continuou. Seu filho mais velho, Vasant, teve poliomielite, e U.G. decidiu mudar-se com a família para os Estados Unidos, a fim de que o jovem pudesse receber o melhor tratamento. Nesse processo ele gastou praticamente toda a fortuna que ele recebera de seu avô. Ele tinha esperança de sua esposa pudesse obter educação apropriada para encontrar um emprego, ficando numa posição independente, de maneira que ele pudesse ir embora sozinho. Realmente ele conseguiu isto, achando-lhe um emprego com a World Book Encyclopedia
Por essa época toda sua fortuna tinha ido embora, e ele estava farto de ser um orador público (primeiro como representante da Sociedade Teosófica e depois como orador independente), seu casamento tinha terminado, e ele estava perdendo o interesse na batalha para ser alguém neste mundo.
Pelo início de seus quarenta anos ele estava quebrado, sozinho e esquecido por seus antigos amigos e associados. Então ele começou a peregrinar, primeiro em Nova York, depois em Londres, onde ficou reduzido a passar seus dias na Biblioteca Pública de Londres, para escapar dos rigores do inverno, dando aulas de culinária indiana por algum dinheiro.
Sua peregrinação prosseguiu em Paris. Desse período U.G. disse mais tarde, "Eu era como uma folha soprada pelos ventos inconstantes, sem passado nem futuro, nem família ou carreira, nem qualquer tipo de preenchimento espiritual. Lentamente, perdia a condição de fazer qualquer coisa.Eu não estava rejeitando ou renunciando ao mundo; ele flutuava adiante de mim e eu era não era capaz de segurá-lo, estava privado de qualquer força de vontade."
Quebrado e sozinho, ele foi até Gênova onde ele tinha deixado alguns francos em uma velha conta, suficiente apenas para mantê-lo por uns poucos dias. Então essa pequena quantia acabou, ele ficou em dívida com o aluguel, e ficou sem ter onde ir.
Decidiu então ir ao Consulado Indiano em Gênova, e pedir para ser repatriado para a India.
"Eu não tinha dinheiro, amigos, e nenhuma vontade restara. Achei que ao menos da Índia eles não poderiam me expulsar. Afinal, apesar de tudo eu era um cidadão; talvez eu pudesse apenas sentar debaixo de uma árvore banyan em algum lugar e alguém me alimentasse. "
Assim, com quarenta e cinco anos, completamente falido aos olhos do mundo, sem um penny e sozinho, ele caminhou até o Consulado e pediu para ser repatriado para a Índia. Ele tinha pouca chance. Mas isso foi um ponto de mutação em sua vida.
Ele foi ao Consulado Oficial da Índia e começou a contar sua triste história ao Cônsul. Quanto mais ele falava, mais fascinado ficava o Cônsul. Logo o escritório inteiro ficou em completo silêncio ouvindo sua extraordinária narrativa. A secretária e tradutora do Consulado, Valentine de Kerven, estava ouvindo atentamente. No início de seus sessenta anos, ela tinha muita experiência do mundo, e encheu-se de piedade pelo estranho e carismático homem à sua frente. Ninguém no escritório sabia o que fazer com ele.
Valentine, que conhecia a adversidade por si mesma, simpatizou com aquele homem errante e destituído, e logo ofereceu-lhe um lar na Europa. Ela tinha uma pequena herança e pensão que seria suficiente para ambos. U.G. , relutante em voltar para Índia e ter que encarar sua família, amigos e suas pobres perspectivas, aceitou, cheio de gratidão, o oferecimento.
Os próximos quatro anos (1963-67) foram dias pacíficos para ambos. Ela deixou seu emprego no consulado e viveu calmamente com U.G., passando temporadas na Itália, no sul da França, Paris e Suiça. Mais tarde começaram a passar os invernos no sul da Índia, onde as coisas eram relativamente baratas, e o tempo mais saudável.
Durante esses anos, U.G, como ele declarou mais tarde, não fez nada. " Eu dormia, lia o Time Magazine, e fazia caminhadas com Valentine ou sozinho. Isso era tudo." Ele estava numa espécie de período de incubação. Sua procura estava próxima do fim. Ele nunca mencionou a Valentine os poderes ocultos, experiências espirituais e fundamentos religiosos que haviam constituído grande parte de sua vida. Eles viveram simples e quietamente como donos de casa viajantes (as private migrating householders).
Eles foram passar os meses de verão no sótão de um antigo chalé de 400 anos de idade, na chamosa vila suiça de Saanen. Por alguma razão J. Krishnamurti decidiu dar uma série de palestras em uma enorme tenda levantada nas vizinhanças da mesma pequena cidade. Buscadores religiosos, yogis, filósofos e intelectuais do ocidente e do oriente começaram a aparecer na pequena vila para presenciar suas palestras, para dar e receber aulas de yoga, e trocar idéias sobre assuntos espirituais e filosóficos.
U.G. e Valentine mantiveram uma respeitável distância, não desejando participar da crescente cena que se assemelhava mais e mais a um circo. Nesse ambiente U.G. aproximou-se de seus quarenta e nove anos. Kowmara Nadi, uma famosa e respeitada astróloga de Madras, havia há muito tempo atrás predito que U.G. haveria de passar por uma profunda transformação em seu quadragésimo-nono aniversário. Aproximando-se esse dia, incontáveis coisas estranhas começaram a ocorrer com U.G. Algo radical e completamente inesperado estava para acontecer-lhe.
A partir dessa idade, U.G. começou a ter dores de cabeça recorrentes e dolorosas, e, não sabendo o que fazer, começou a tomar enormes quantidades de café e aspirina para enfrentar as terríveis dores. Por essa época ele começou também a parecer mais jovem, ao invés de mais velho. Naquela época, com quarenta e nove anos, ele parecia um homem de setenta ou oitenta anos. Após essa idade, ele começou a envelhecer normalmente, embora ele ainda aparente ser muito mais jovem do que seus atuais sessenta e sete anos (este prefácio foi escrito aproximadamente em 1985).
Entre essas dores de cabeça ele passaria por experiências extraordinárias onde, como ele mais tarde descreveu, "Eu sentia como se minha cabeça estivesse faltando". Surgindo simultaneamente com esses estranhos fenômenos, vieram os assim chamados poderes ocultos, aos quais U.G. se referia com poderes e instintos naturais do homem. Uma pessoa totalmente desconhecida podia andar pela sala e U.G. podia ver seu passado inteiro, como se estivesse lendo uma biografia. Ele podia dar uma olhada na palma da mão de um estranho e instantaneamente saber seu futuro.
Todos os poderes ocultos começaram a se manifestar nele gradualmente após a idade de trinta e cinco anos. "Eu nunca usei esses poderes para nada; eles simplesmente estavam lá. Eu sabia que eles não tinham grande importância e simplesmente deixei-os ali."
Coisas continuaram a acontecer dentro dele, e U.G., preocupado que Valentine pudesse concluir que ele estava louco, nada mencionou a ela ou a qualquer outro sobre esses assuntos. Pouco antes de completar quarenta e nove anos, ele começou a ter o que mais tarde chamou de "visão panorâmica", um jeito de ver em que o campo de visão aparecia em volta dos olhos abertos em quase 360 graus de largura, enquando o observador desaparecia inteiramente e os objetos se moviam passando direto através de sua cabeça e corpo (while the viewer or observer disappeared entirely and objects moved right through the head and body).
O organismo inteiro, desconhecido a U.G. nessa época, estava evidentemente preparando-se para alguma calamidade ou transformação de enormes proporções. U.G. não disse nada. Na manhã de 9 de julho de 1967, data de seu aniversário de quarenta e nove anos, U.G. foi com um amigo para ouvir J. Krishnamurti em uma palestra pública numa grande tenda nos arredores de Saanen, a aldeia onde ele e Valentine tinham morado por algum tempo.
U.G. contratou com um editor para escrever sua autobiografia. Enquanto trabalhava no livro, U.G. chegou à parte que descrevia sua associação com J. Krishnamurti. Ele não se lembrava muito do que sentira perante o reverenciado "Instrutor do Mundo" da Sociedade Teosófica. Ele havia perdido completamente o contato com J. Krishnamurti por muito tempo e não tinha opinião definida sobre ele. Então ele decidiu ir, naquela dia, assistir a palestra matutina de J. Krishnamurti para "refrescar a memória", como ele disse mais tarde.
No meio da palestra. U.G. ouviu a descrição que J. Krishnamurti fazia de um homem livre, e de repente percebeu que era ele mesmo que estava sendo descrito. "Que diabo estou fazendo ouvindo alguém descrever como estou funcionando?" Liberdade na consciência tornou-se naquele momento não mais algo "lá fora", mas simplesmente o jeito que ele estava funcionando psicologicamente naquele exato momento. Isso o chocou tanto que ele deixou a tenda completamente atordoado e caminhou sozinho em direção ao chalé, do outro lado do vale. Aproximando-se do chalé, ele parou para descansar num banco, de onde se avistavam os belos rios e as montanhas do Vale de Saanen.
Sentado sozinho no banco, olhando o vale verde e os picos escarpados de Oberland, ocorreu-lhe:
"Eu tenho procurado por toda parte para descobrir uma resposta para minha pergunta, 'existe iluminação?', mas nunca questionei a busca propriamente dita.
Porque implicitamente eu assumi que esse objetivo, iluminação, existe, eu tive que procurar, e é a própria busca que estava me sufocando e me afastando de meu estado natural.
Não há tal coisa como iluminação espiritual ou psicológica porque não existem essas coisas, espírito ou psique, absolutamente.
Fui um maldito idiota (damn fool) toda a minha vida, procurando por aquilo que não existe.
Minha busca terminou."
Agradecemos ao pessoal do site Desenredo pela tradução desse artigo.
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