Maharaj rejeita de imediato a
idéia do renascimento ou reencarnação, e a base de tal rejeição é tão simples
que nos esmaga: a entidade que se supõe
renascer não existe, exceto como um mero conceito! Como poderia um
conceito renascer?
Maharaj, em toda sua inocência,
pergunta ao protagonista do renascimento: “Por favor, quero saber quem é este
que renasceria?” O corpo ‘morre’ e, depois da morte, é exterminado – enterrado
ou cremado – tão rapidamente quanto possível. O corpo, em outras palavras, foi
irreparável, irremediável e irrevogavelmente destruído. Aquele corpo, portanto,
o qual era uma coisa objetiva, não pode renascer. Como, então, poderia uma
coisa não objetiva como a força vital (a respiração), a qual, com a morte do
corpo, fundiu-se com o ar exterior, ou a consciência que se fundiu com a
Consciência Impessoal, renascer também?
Talvez, diz Maharaj, você dirá que a
entidade envolvida renascerá. Mas isto seria totalmente ridículo. Você sabe que
a ‘entidade’ é apenas um conceito, uma alucinação que surge quando a
consciência se identifica erradamente com uma forma particular.
Como surgiu a idéia do
renascimento? Ela foi concebida, talvez, como algum tipo de hipótese de
trabalho para satisfazer as pessoas mais simples que não são inteligentes o
bastante para pensar além dos parâmetros do mundo manifesto.
De: "Sinais do Absoluto"
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