"Que conhecimento poderia dar às pessoas que vêm aqui buscando o entendimento, disse Maharaj em um anoitecer. Muitos daqueles que vêm aqui estão tão completamente identificados com seus corpos que, apesar de toda sua sinceridade, o que direi a eles será, certamente, considerado inaceitável. Mesmo aqueles que podem ‘sentir’ a sutileza e profundidade no ensinamento podem não ser capazes de aperceber-se de seu significado real. Mas aqueles que intuitivamente entendem o que digo necessitarão apenas uma sessão comigo.
Quantos me entenderiam se eu dissesse que:
Estou sempre presente porque estou sempre ausente; e estou apenas presente quando estou ausente. Para elucidar isto, eu acrescentaria que estou sempre presente absolutamente, mas relativamente, minha presença aparente é minha ausência aparente como ‘Eu’ (uma confusão ainda mais danada);
Eu, que não sou uma ‘coisa’, é tudo o que não sou, mas o universo aparente é meu ser;
Depois que todos os vocês e eus se tenham negado uns aos outros, permanecerei como ‘Eu’;
Como você poderia me amar? Você é o que Eu sou. Como eu poderia odiá-lo? Eu sou o que você é;
Não tendo nascido nunca, como poderia morrer? Não sendo nunca um escravo, onde está a necessidade de buscar a libertação?
Como poderia o relativo julgar o Absoluto? O Absoluto é de fato o relativo quando o relativo não mais for relativo – quando o relativo abandonar tudo o que o faz relativo. Na ausência da forma física, a consciência não é consciente de si mesma;
O que você era antes de nascer?
Todas as preferências e diferenças são disparates conceptuais. Podem apenas aparecer de maneira relativa. Absolutamente, não pode existir nenhuma aparência e, portanto, nem preferências nem diferenças.
Junte todo o conhecimento que você quiser – mundano ou não – e, então, ofereça-o em sacrifício ao Absoluto, e assim por diante. O que um ouvinte pensará de mim? O que ele pode pensar de mim? A única conclusão a que poderia chegar, disse Maharaj com uma forte risada, seria que eu sou absolutamente – e também relativamente – louco!"
De: "Sinais do Absoluto"
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