Blog da Editora Advaita com textos de dialogos com Sri Nisargadatta Maharaj e outros Mestres como Sri Ramana Maharshi, Jean Klein, Ramesh Balsekar, Tony Parsons, Karl Renz e outros. Não-dualidade. Para encomendar o livro "Eu Sou Aquilo" Tat Twam Asi - Conversações com Sri Nisargadatta Maharaj" escrever para editora.advaita@gmail.com

sábado, 9 de janeiro de 2010

Maharaj fala outra vez de si mesmo



"Que conhecimento poderia dar às pessoas que vêm aqui buscando o entendimento, disse Maharaj em um anoitecer. Muitos daqueles que vêm aqui estão tão completamente identificados com seus corpos que, apesar de toda sua sinceridade, o que direi a eles será, certamente, considerado inaceitável. Mesmo aqueles que podem ‘sentir’ a sutileza e profundidade no ensinamento podem não ser capazes de aperceber-se de seu significado real. Mas aqueles que intuitivamente entendem o que digo necessitarão apenas uma sessão comigo.

Quantos me entenderiam se eu dissesse que:

  1. Estou sempre presente porque estou sempre ausente; e estou apenas presente quando estou ausente. Para elucidar isto, eu acrescentaria que estou sempre presente absolutamente, mas relativamente, minha presença aparente é minha ausência aparente como ‘Eu’ (uma confusão ainda mais danada);

  2. Eu, que não sou uma ‘coisa’, é tudo o que não sou, mas o universo aparente é meu ser;

  3. Depois que todos os vocês e eus se tenham negado uns aos outros, permanecerei como ‘Eu’;

  4. Como você poderia me amar? Você é o que Eu sou. Como eu poderia odiá-lo? Eu sou o que você é;

  5. Não tendo nascido nunca, como poderia morrer? Não sendo nunca um escravo, onde está a necessidade de buscar a libertação?

  6. Como poderia o relativo julgar o Absoluto? O Absoluto é de fato o relativo quando o relativo não mais for relativo – quando o relativo abandonar tudo o que o faz relativo. Na ausência da forma física, a consciência não é consciente de si mesma;

  7. O que você era antes de nascer?

  8. Todas as preferências e diferenças são disparates conceptuais. Podem apenas aparecer de maneira relativa. Absolutamente, não pode existir nenhuma aparência e, portanto, nem preferências nem diferenças.

  9. Junte todo o conhecimento que você quiser – mundano ou não – e, então, ofereça-o em sacrifício ao Absoluto, e assim por diante. O que um ouvinte pensará de mim? O que ele pode pensar de mim? A única conclusão a que poderia chegar, disse Maharaj com uma forte risada, seria que eu sou absolutamente – e também relativamente – louco!"


De: "Sinais do Absoluto"



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