Blog da Editora Advaita com textos de dialogos com Sri Nisargadatta Maharaj e outros Mestres como Sri Ramana Maharshi, Jean Klein, Ramesh Balsekar, Tony Parsons, Karl Renz e outros. Não-dualidade. Para encomendar o livro "Eu Sou Aquilo" Tat Twam Asi - Conversações com Sri Nisargadatta Maharaj" escrever para editora.advaita@gmail.com

sábado, 14 de agosto de 2010

Consciência, consciência, o ‘indivíduo’



‘Consciência’ é o nome dado àquele estado de perfeição absoluta na qual a consciência está em repouso e não é consciente de seu próprio estado de ser. (Seja qual for a palavra usada para indicá-la, será apenas um conceito, pois, naquele estado, não pode perceber a si mesma.)
A consciência se torna consciente de si mesma somente quando começa a movimentar-se, e o pensamento, eu sou, surge. Por que surge a consciência? Por nenhuma razão aparente exceto que é sua natureza – como a onda sobre uma extensão de água: ‘a causa sem causa’, diz Maharaj. Simultaneamente, junto com o primeiro pensamento eu sou, surge instantaneamente na existência todo o universo manifesto. Quando a consciência, a qual é impessoal em repouso, manifesta-se pela objetivação de si mesma como fenômeno, ela se identifica com cada objeto sensível e, assim, surge o conceito de um ‘eu’ pessoal e individual capaz de separação, o qual trata todos os outros fenômenos como seus objetos; e cada ser sensível torna-se o sujeito em relação a todos os outros objetos sensíveis, embora todos sejam, na realidade, objetos que aparecem na consciência.
É precisamente esta limitação da pura subjetividade e do potencial ilimitado do Absoluto em um simples objeto insignificante que chama a si mesmo de ‘eu’ e se tem como separado dos outros o que constitui a ‘escravidão’. É este objeto fenomênico, uma mera aparição na consciência dos outros, que vem a Maharaj em busca de ‘liberação’, e é a este indivíduo que Maharaj fala, entre outras coisas, que só a consciência pode ajudá-lo, a qual é o único ‘capital’ que nasce com todo ser sensível, a única ligação que tem com o Absoluto. A consciência é a ‘culpada’ de induzir o homem à escravidão ilusória e é apenas ela que pode ajudá-lo a atingir a liberação ilusória. A consciência é a Maya, diz Maharaj, que produz a escravidão ilusória, e é também consciência, Ishvara, o qual atua como o Sadguru e que, se propiciado adequadamente, desvenda o segredo do universo e proporciona a liberação ilusória nesta representação do sonho vivente na qual a consciência é o único ator desempenhando todos os multifários papéis. Portanto, diz Maharaj, não há maior poder sobre a terra do que esta consciência, este sentido de presença – eu sou, para o qual o indivíduo ilusório deve dirigir todos as suas orações; e, então, esta própria consciência proporcionará a liberação ilusória da escravidão ilusória do indivíduo também ilusório revelando-lhe sua verdadeira natureza – que não é outra senão o próprio buscador, mas não como um indivíduo!
"Sinais do Absoluto"

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